Será que há/está em vias de haver um estudo em que se mostre quanto dinheiro de facto Portugal perde ou ganha com a "pirataria"? Se o Manuel descarrega de borla um álbum da Madonna, há mais dinheiro que fica em Portugal do que se o comprasse. Gostava de ver se Portugal exporta mais "propriedade intelectual" do que a que importa... Não me parece.
Marcos se queres dados concretos... os números podem ser encontrados nas falencias de empresas do sector assim como nos desempregados que elas geraram...
+Pedro Galante hmmm se calhar deveriam ir queixar-se aos Meo, Zon e amigos não?
é que os estudos independentes que têm aparecido demonstram que os tais 'piratas' na realidade gastam bastante mais que os ditos não 'piratas'
Pedro Galante - 2013-05-31T01:45:03+0100 - Updated: 2013-05-31T01:46:21+0100
então na vossa opinião a pirataria não prejudica ninguém... as pessoas não deixaram de comprar bens culturais: musica, filmes, livros.... antes pelo contrário compram mais... é essa a verdade?????!!! que estudo são esses? nacionais? quem os fez?
"os piratas gastam mais que os não piratas" !!!!!! vivemos em universos paralelos diferentes! esta é a minha conclusão...
As falências e desemprego não são indicadores de que a indústria seja prejudicada. Ou queres proibir as pessoas de ter máquia de lavar a roupa em casa porque há falências e desempregos entre as lavandarias?
+Pedro Galante Durante muito tempo, os nossos antepassados acreditaram que o Sol andava à volta da Terra. E para eles, esse fenómeno também era óbvio... Eu ando a ouvir a indústria discográfica dizer que anda a morrer, há mais de 10 anos, mas até agora, não só ainda não morreu, como parece continuar de boa saúde. Recorde-se que o ano passado esta mesma indústria viu um aumento dos seus lucros. Recorde-se ainda que as três editoras que mais se queixam, controlam 90% do mercado musical.
Existem diversos estudos, desde 2004, com várias observações e conclusões sobre esta matéria. Não conheço nenhum em Portugal, mas os estudos de que falo são feitos em diferentes países e mais ou menos concordantes. Dou-lhe alguns exemplos, de cabeça:
1. Há um estudo, de Harvard, de 2004, que concluíu que a partilha de ficheiros tinha um efeito nulo nas vendas. Observa ainda que nos países onde a partilha de música e filmes estava a aumentar exponencialmente, a criação de música e filmes também estava a aumentar. Não preciso, certamente de lhe recordar, que a única razão pela qual o Estado dá o monopólio e as ferramentas para controlar o mercado aos detentores de direitos é porque, a certa altura, acreditámos que esta era a única forma de garantirmos que os cidadãos pudessem aceder a mais obras. Acrescento que os mesmos autores deste estudo, realizaram um novo em 2009 ou 2010, se não me engano, onde concluem que a partilha de ficheiros não eliminou os incentivos para a criação de novas obras.
2. Há dois ou três anos, uma Business School da Noruega publicou dois estudos, um onde concluíam que as pessoas que usam file-sharing compram 10 vezes mais música (o Guardian apontava que os investigadores pediram prova de compra) e outro onde a análise dos últimos 10 anos permitia concluir que os artistas viram o seu rendimento aumentar em 60% e que os únicos perdedores eram as editoras tradicionais. Donde, se os cidadãos têm acesso a cada vez mais obras e os artistas ganham cada vez mais, então a perda das editoras tradicionais é irrelevante.
3. Há um artigo do ano passado, em que os investigadores usaram dados empíricos para perceber o rendimento do que se chama box office de filmes, antes e depois do encerramento do MegaUpload, concluindo que o encerramento teve um efeito negativo, ainda que insignificante, nesse rendimento. Contrariamente ao que a indústria reclamava.
Isto é apenas uma pequeníssima amostra dos estudos que existem. Não há um definitivo, e, pessoalmente, acho que deveria haver mais, principalmente no nosso país. Mas mostra que essa ideia de que a partilha de ficheiros prejudica as vendas não é tão óbvia como se poderia pensar. Existem ainda outros estudos que se debruçam sobre temáticas relacionadas, por exemplo, um investigador da Universidade de Cambridge, tem estudos sobre o tempo óptimo de copyright (ele chega ao valor de quase 15 anos após a publicação da obra); o ano passado aquando da discussão sobre o aumento do tempo dos direitos conexos, vimos vários estudos que aconselhavam precisamente o contrário.
Olhando à nossa volta, vemos que nunca se publicou tanto como nos dias de hoje, nem nunca se vendeu tantos bens culturais como nos dias de hoje.
+Pedro Galante Se tem interesse nesta matéria, e porque pediu estudos e informação sobre quem os fez, deixo-lhe uma lista, que não está nem de longe completa, mas é um bom ponto de partida. Deixe-me apenas sublinhar que os estudos indicados são de revistas científicas ou instituições académicas, que não têm, aparentemente, um interesse económico, ao contrário dos "estudos" encomendados pelas editoras... http://www.zeropaid.com/news/100921/what-filesharing-studies-really-say-conclusions-and-links/
é que os estudos independentes que têm aparecido demonstram que os tais 'piratas' na realidade gastam bastante mais que os ditos não 'piratas'
que estudo são esses? nacionais? quem os fez?
"os piratas gastam mais que os não piratas" !!!!!!
vivemos em universos paralelos diferentes! esta é a minha conclusão...
http://torrentfreak.com/0-more-on-content-than-honest-consumers-130510/
Não é um estudo nacional, mas é exactamente da falta de tal estudo que me estou a queixar.
Eu ando a ouvir a indústria discográfica dizer que anda a morrer, há mais de 10 anos, mas até agora, não só ainda não morreu, como parece continuar de boa saúde. Recorde-se que o ano passado esta mesma indústria viu um aumento dos seus lucros. Recorde-se ainda que as três editoras que mais se queixam, controlam 90% do mercado musical.
Existem diversos estudos, desde 2004, com várias observações e conclusões sobre esta matéria. Não conheço nenhum em Portugal, mas os estudos de que falo são feitos em diferentes países e mais ou menos concordantes. Dou-lhe alguns exemplos, de cabeça:
1. Há um estudo, de Harvard, de 2004, que concluíu que a partilha de ficheiros tinha um efeito nulo nas vendas. Observa ainda que nos países onde a partilha de música e filmes estava a aumentar exponencialmente, a criação de música e filmes também estava a aumentar.
Não preciso, certamente de lhe recordar, que a única razão pela qual o Estado dá o monopólio e as ferramentas para controlar o mercado aos detentores de direitos é porque, a certa altura, acreditámos que esta era a única forma de garantirmos que os cidadãos pudessem aceder a mais obras.
Acrescento que os mesmos autores deste estudo, realizaram um novo em 2009 ou 2010, se não me engano, onde concluem que a partilha de ficheiros não eliminou os incentivos para a criação de novas obras.
2. Há dois ou três anos, uma Business School da Noruega publicou dois estudos, um onde concluíam que as pessoas que usam file-sharing compram 10 vezes mais música (o Guardian apontava que os investigadores pediram prova de compra) e outro onde a análise dos últimos 10 anos permitia concluir que os artistas viram o seu rendimento aumentar em 60% e que os únicos perdedores eram as editoras tradicionais. Donde, se os cidadãos têm acesso a cada vez mais obras e os artistas ganham cada vez mais, então a perda das editoras tradicionais é irrelevante.
3. Há um artigo do ano passado, em que os investigadores usaram dados empíricos para perceber o rendimento do que se chama box office de filmes, antes e depois do encerramento do MegaUpload, concluindo que o encerramento teve um efeito negativo, ainda que insignificante, nesse rendimento. Contrariamente ao que a indústria reclamava.
Isto é apenas uma pequeníssima amostra dos estudos que existem. Não há um definitivo, e, pessoalmente, acho que deveria haver mais, principalmente no nosso país. Mas mostra que essa ideia de que a partilha de ficheiros prejudica as vendas não é tão óbvia como se poderia pensar.
Existem ainda outros estudos que se debruçam sobre temáticas relacionadas, por exemplo, um investigador da Universidade de Cambridge, tem estudos sobre o tempo óptimo de copyright (ele chega ao valor de quase 15 anos após a publicação da obra); o ano passado aquando da discussão sobre o aumento do tempo dos direitos conexos, vimos vários estudos que aconselhavam precisamente o contrário.
Olhando à nossa volta, vemos que nunca se publicou tanto como nos dias de hoje, nem nunca se vendeu tantos bens culturais como nos dias de hoje.
Deixe-me apenas sublinhar que os estudos indicados são de revistas científicas ou instituições académicas, que não têm, aparentemente, um interesse económico, ao contrário dos "estudos" encomendados pelas editoras...
http://www.zeropaid.com/news/100921/what-filesharing-studies-really-say-conclusions-and-links/